Prestes a completar 70 anos o bar famoso pela vitrine de petiscos atrai cariocas e turistas
O Rio tem pontos turísticos emblemáticos. Uma estátua de Cristo em cima de uma montanha, um bondinho que nos carrega a mirantes, um calçadão de pedras portuguesas, um estádio monumental. Todos ícones. Mas, também existem outros mais acanhados, que muito bem representam essa cidade deliciosa.
O balcão da Adega Pérola é um desses emblemas cariocas, que atraem moradores e visitantes ao redor de petiscos. São cerca de dez metros de extensão, com uma vitrine refrigerada de vidro que abriga grande parte dos petiscos do menu, as grandes estrelas dele. O mais comum é que se escolha os pedidos através da análise visual dos petiscos que ficam ali. São cerca de 70 opções apenas ali, fora as porções quentes, como os bolinhos de bacalhau, o camarão frito ao alho e óleo e a rã à dorê com alho frito.
Entre os itens mais pedidos estão o vinagrete de polvo, os rollmops, as sardinhas portuguesas, o escabeche de truta, o salmão defumado e a linguiça no vinho. Não faltam tremoços, azeitonas, ovos de codorna cozidos, gorgonzola, picles de cebola e um alho espanhol que surpreende. Há outras especialidades, como morcela, ovas de tainha e ostras cruas.
Quase ninguém consulta o cardápio. Até porque, além das escolhas visuais na vitrine, os demais itens são listados em cartazes que ficam espalhados pelo teto, no melhor estilo gráfico típico de mercados e açougues, como se tudo estivesse em promoção.
É um lugar, sem dúvidas, pitoresco e para lá de tradicional, fundado em 1957 por imigrantes portugueses. Ostenta nas paredes muitos prêmios, e um reconhecimento oficial da Prefeitura, que declarou o local Patrimônio Cultural Carioca.
Há cerca de 15 anos o bar foi comprado por um grupo de cariocas, que eram clientes da casa, quando os antigos sócios anunciaram que fechariam a birosca. Com isso, a Adega Pérola foi passando por melhorias. Mesas ganharam as calçadas, ampliando a capacidade. O chope, desde sempre a bebida mais consumida, ganhou a companhia de cervejas artesanais, cachaças de qualidade e uma boa seleção de vinhos, em substituição aos garrafões de antigamente, com Sangue de Boi e afins.
Nunca se viu tantos turistas por lá, enquanto os cariocas continuam reverentes ao local, um poço de história, um baluarte da boemia, uma referência etílica e gastronômica, dessas dignas de tombamento. Uma instituição carioca.
Daqui a dois anos a casa completa sete décadas de vida. Mais clássica do que nunca.
Endereço: Rua Siqueira Campos, 138 - Copacabana, Rio de Janeiro Siga: @adegaperola
