Com o aumento do interesse pelo café especial, o Rio de Janeiro se firmou como um dos principais destinos para quem deseja se aprofundar na arte de preparar a bebida. A cidade não só abriga cafeterias que prezam pela qualidade dos grãos, mas também conta com uma nova geração de baristas talentosos que vêm se destacando no cenário nacional.

À medida que a cultura do café cresce, surgem cada vez mais oportunidades para quem busca aprimorar suas habilidades ou ingressar na carreira. Nesta lista, reunimos alguns dos principais nomes do universo do café carioca, destacando suas trajetórias e formações.

Conversamos inicialmente com Angel Catão, jovem barista do Trivo, que compartilhou um pouco de sua experiência no mundo do café e indicou referências importantes no mercado. Ela, jovem barista do Trivo Café, despertou seu interesse pelo assunto nos últimos três ou quatro anos, durante os plantões como recepcionista numa UPA, onde o café se tornou uma necessidade. Até então, ela não gostava da bebida, pois não adiciona açúcar, e o café comum no mercado não a agradava. A virada aconteceu quando seu pai, Alexandre Catão — professor do IFRJ, especialista em alimentos, pesquisador sobre torrefação e apaixonado pelo assunto — a introduziu no mundo dos cafés especiais. Encantada, Angel decidiu trancar a faculdade de Psicologia para se aprofundar no universo do café. Durante um passeio com o pai na fábrica Bhering (antiga fábrica de café), ela conheceu Herik Franson, barista que a ajudou a se aprofundar ainda mais no tema. Juntos, com o pai de Angel, fundaram o Trivo, onde hoje são sócios. Para se qualificar ainda mais, Angel fez cursos de barista com Renan Dantos e de latte art com Emerson Nascimento, da Coffee Five. Hoje, Angel comanda o Trivo com simpatia, profissionalismo e muito amor ao café, sempre buscando oferecer a melhor experiência aos seus clientes.

Abaixo, a lista dos melhores baristas do Rio, indicados por ela.

André Phillipe

André Phillipe é barista e empresário, com uma trajetória de cerca de seis anos no universo do café. Sua formação começou com um curso na Casa do Barista, seguido por especializações à distância com referências como Verônica Belchior e Fabiana Carvalho, abordando temas como acidez, amargor, química da torra, tato, textura e percepção multissensorial.

Após atuar como treinador na Nespresso e prestar consultorias, integrou o time da NUDE, marca de bebidas vegetais à base de aveia, promovendo sua inserção nas cafeterias do Brasil. Em 2024, fundou a Ristto Coffee, estação de café especial que une fé, amor e propósito, destacando-se como pioneira no Rio ao levar café especial para feiras de rua, como a Feira da Praça XV.

Em 2025, participou pela primeira vez do campeonato BREWERS, ficando entre os seis melhores colocados entre 25 competidores de várias regiões do Brasil. A conquista reforçou seu desejo de continuar competindo e representar o café especial nacional com excelência.

Diego Estrelado

Barista com três anos de experiência no universo do café especial, Diego iniciou sua trajetória após uma imersão em cursos técnicos, incluindo barista (básico), latte art, métodos filtrados, manutenção de máquinas e, mais recentemente, mineralização e preparo de água.

Trabalhou na Bakery Crosta, em Icaraí (Niterói) e na Coffee Five, no Centro do Rio. Atualmente, atua como freelancer no Chora Café, em Botafogo.

Diego começou no ramo antes mesmo de se aprofundar no tema, mas só passou a considerar a área de forma profissional após conhecer o mundo dos cafés especiais. A formação como bartender também ampliou suas habilidades na criação de receitas e reforçou sua paixão pela bebida.

Emerson Nascimento

O Barista Emerson Nascimento começou sua trajetória no café há 16 anos, através de um programa social da Casa do Barista, onde foi professor por vários anos.

Sua formação inclui cursos de bartender, barista, provador de café e mestre de torra, além da participação em competições importantes. Assim, conquistou o bicampeonato brasileiro na categoria Coffee in Good Spirits (2017/2020), foi campeão latino-americano Davinci (2024), campeão mundial Davinci (2024) e campeão do World Barista Open Fiamma (2024).

Atualmente, Emerson é sócio da Coffee Five e da Five Roasters, além de atuar como instrutor na Five Escola.

Fabiula Tavares

Fabiula tem 25 anos e é gaúcha, mas começou a trabalhar com café especial quando se mudou para Florianópolis para cursar a faculdade. Apesar do curso ser gratuito, precisou de um trabalho para se manter e acabou entrando em um local que prezava por uma bebida de qualidade. Foi aí que se encantou por esse universo e passou a se dedicar a aprender tudo o que podia sobre espresso, que era o que ela tinha mais acesso naquele momento.

Durante a pandemia, precisou mudar de ramo, mas assim que veio para o Rio, o mundo do café voltou a chamá-la. Há um ano, aterrissou no Café ao Leu, onde teve a oportunidade de mergulhar mais profundamente em cada etapa do café especial — desde a lavoura. Ali, segue aprendendo um pouco mais todos os dias e pôde ter a real noção do tamanho e do valor desse tesouro que é o café especial brasileiro.

Como barista, sente-se responsável por entregar na xícara toda a dedicação e o carinho dos produtores em cada etapa por onde o grão passa. Se considera uma fã incansável de um espresso bem regulado.

Herik Franson

Nascido em Duque de Caxias, Herik Franson não era fã de café. Cada gole parecia um terremoto — até descobrir que o “café” que tomava tinha de tudo, menos café. A mudança veio quando um pastor amigo, ofereceu-lhe um curso de barista e a chance de trabalhar na cafeteria que abriria em Xerém.

A cafeteria foi inaugurada, e tudo corria bem até que, durante uma pregação, o pastor declarou: ‘’Temos que estar no lugar onde as coisas acontecem’’.

A frase ficou na mente de Franson, e ele percebeu que o café era seu caminho. Em busca de mais conhecimento, ingressou na Coffee Five, uma das melhores cafeterias do Rio, onde trabalhou por quase cinco anos. Com a experiência acumulada, abriu sua própria cafeteria, o Trivo Café, ao lado de dois sócios. “E pensar que tudo começou com um café que mais parecia um castigo divino”, reflete.

Leonardo Gonçalves

Léo começou sua trajetória no mundo do café de forma inusitada: formado em Nutrição, ele começou a beber café para se manter acordado enquanto estudava para concurso. A curiosidade por aquele líquido que o mantinha acordado o levou a fazer um curso de barista em 2011, no Rio de Janeiro. Ao descobrir a complexidade do mundo do café, percebeu que era aquilo que ele queria fazer da vida.

Empolgado, abandonou o concurso e mergulhou de vez no universo cafeeiro, com paixão maior pelo café especial.

Após vencer uma competição de preparo com Aeropress em 2017 e representar o Brasil no mundial na Coreia do Sul, Léo criou a marca Café ao Leu, inicialmente como uma torrefação de lotes especiais. Paralelamente, investiu em uma propriedade na Serra do Caparaó, onde encontrou três mil pés de café já em produção. A primeira colheita foi surpreendente: mesmo sem planejamento, o café ficou em oitavo, entre os melhores do Brasil em um concurso nacional.

Desde então, Léo aprimora a produção, mantendo o controle artesanal e utilizando a propriedade como um laboratório de qualidade, sem intenção de expandir para não comprometer o padrão. Além de administrar a torrefação e as cafeterias, Léo viaja o mundo participando de eventos e concursos de café, mantendo uma relação direta com produtores e dando cursos, consolidando sua posição como referência no setor.

Yasmin Sarandy

Yasmim Sarandy trabalha como barista há cinco anos, tendo iniciado sua jornada em 2020. Seu interesse por café surgiu na adolescência, ao assistir vídeos de cafeterias pelo mundo. Desde então, passou por quatro cafeterias — POP Café, Darkcoffee, Baked e Ensaio Café — e atualmente integra a equipe da Coffee Five, no Rio de Janeiro.

Em 2024, fez seu primeiro curso de barista com Emerson Nascimento e, depois, um workshop sobre métodos filtrados com ele e outro sobre mineralização da água com Tiago Motta. Em 2025, participou da Copa Hario, sua primeira competição, passando pela fase regional e chegando à final em São Paulo. Apesar de não ter avançado, considera a experiência motivadora para seguir competindo. Yasmim continua buscando conhecimento para evoluir no universo do café.