beija-flor campeã do carnaval 2025

Carnaval do Rio de Janeiro: conheça as escolas de samba campeãs de 2025

Last Updated: 06/03/2025Por Tags: ,

Mais um carnaval está chegando ao fim! E, mais uma vez, as Escolas de Samba brilharam na Avenida e encantaram a todos com seus sambas e alegorias.

Mas, quem conseguiu ser sem defeitos e sair coroada campeã neste ano, foi a Beija-Flor, com o enredo “Laíla de Todos os Santos”, uma homenagem ao diretor de Carnaval Laila, que morreu em 2021.

Por isso, a escola desfila no sábado (08/03), no desfile das campeãs, junto com outras 6 escolas.

Confira quem são e os sambas enredo!

Classificação – Escolas de Samba do Grupo Especial

Depois de todas as notas, a classificação ficou assim:

1 – Beija Flor: 270 pontos

2 – Grande Rio: 269,9 pontos

3 – Imperatriz: 269,8 pontos

4 – Viradouro: 269,4 pontos

5 – Portela: 269,4 pontos

6 – Mangueira: 269,4 pontos

7 – Salgueiro: 269,2 pontos

8 – Vila Isabel: 269,1 pontos

9 – Unidos da Tijuca: 268,8 pontos

10 – Paraíso do Tuiuti: 268,7 pontos

11 – Mocidade: 267, 9 pontos

12 – Unidos de Padre Miguel: 266,8 pontos

Destas, as 6 primeiras desfilam novamente no sábado (08/03).

Beija-flor de Nilópolis

A Beija-flor de Nilópolis irá trazer o enredo “Laíla de Todos os Santos, Laíla de Todos os Sambas”.

Kaô meu velho!

Volta e me dá os caminhos

Conduz outra vez meu destino

Traz os ventos de Oyá

Agô meu mestre

Tua presença ainda está aqui

Mesmo sem ver, eu posso sentir

Faz Nilópolis cantar

Desce o morro de Oyó

Benedito e Catimbó

O alabá Doum

Traz o terço pra benzer

E a cigana puerê

Meu Exu

De copo no palco, sandália rasteira

No chão sagrado toda quinta-feira

O brado no tambor, feitiço

Brigou pela cor, catiço

Coragem na fala sem temer a queda

O dedo na cara, quem for contra reza

Vencer o seu verbo

Gênio do ouvido perfeito

A trança nos versos

Divino e humano em seu jeito

Queria paz mas era bom na guerra

Apitou em outras terras, viajou nas ilusões

Deu voz à favela e a tantas gerações

Eu vou seguir sem esquecer nossa jornada

Emocionada, a baixada em redenção

Chama João pra matar a saudade

Vem comandar sua comunidade

Óh Jakutá, o Cristo preto me fez quem eu sou

Receba toda gratidão Obá, dessa nação nagô

Da casa de Ogum, Xangô me guia

Da casa de Ogum, Xangô me guia

Dobram atabaques no quilombo Beija-Flor

Terreiro de Laíla meu griô

Acadêmicos do Grande Rio

O enredo de 2025 da escola Acadêmicos do Grande Rio é “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”.

Confira a letra do samba:

A Mina é cocoriô!

Feitiçaria parauara

A mesma lua da Turquia

Na travessia foi encantada

Maresia me guia sem medo

Pro banho de cheiro

Na “en-cruz-ilhada”, espuma do mar

Fez a flor do mururé desabrochar

Pororoca me leva… Pro fundo do igarapé

Se desvia da flecha, não se escancha em puraqué

Quem é de barro no igapó é Caruana

Boto assovia (oi) mãe d’agua dança!

Se a boiúna se agita… É banzeiro! Banzeiro!

Quatro contas, um cocar!

Salve a arara cantadeira!

Borboleta à espreita…

E a onça do Grão-Pará

Na curimba de babaçuê

Tem falange de ajuremados

A macaia codoense é macumba de outro lado

Venham ver as três princesas ‘baiando” no curimbó

É doutrina de santo rodando no meu carimbó!

E foi assim… Suas “espadas” têm as ervas da Jurema

Novos destinos no mesmo poema

E nos terreiros, perfume de patcholi

Acende a brasa do defumador

Pra um mestre batucar a sua fé

Noite de festa! Curió marajoara…

Protege Caxias nas águas de Nazaré!

É força de caboclo, vodun e orixá!

Meu povo faz a curva como faz na gira!

Chama Jarina, Herondina e Mariana

Grande Rio firma o samba no Tambor de Mina!

Imperatriz Leopoldinense

Para 2025, a escola Imperatriz Leopoldinense escolheu o enredo “Ómi Tútu ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”

Vai começar o itan de Oxalá

Segue o cortejo funfun pro senhor de Ifón, Babá

Orinxalá, destina seu caminhar

Ao reino do quarto Alafin de Oyó

Alá, majestoso em branco marfim

Consulta o ifá e assim

No odú, o presságio cruel

Negando a palavra do babalaô

Soberano em seu trono, o senhor

Vê o doce se tornar o fel

Ofereça pra Exú… um ebó pra proteger

Penitência de Exú, não se deixa arrefecer

Ele rompe o silêncio com a sua gargalhada

É cancela fechada, é o fardo de dever

Mas o dono do caminho não abranda

Foi vinho de palma, dendê e carvão

Sabão da costa pra lavar demanda

E a montaria te leva à prisão

O povo adoeceu, tristeza perdurou

Nos sete anos de solidão

Justiça maior é de meu pai Xangô

No dendezeiro, a justiça verdadeira

(Meu pai xangô mora no alto da pedreira)

Onde o banho de abô pra purificar

Desata o nó que ninguém pode amarrar

Transborda axé no ibá e na quartinha

Pra firmar tem acaçá, ebô e ladainha

Oní sáà wúre! Awure awure!

Quem governa esse terreiro ostenta seu adê

Ijexá ao pai de todos os oris

Rufam atabaques da Imperatriz

Viradouro

Em 2025, a Viradouro trouxe o enredo “Malunguinho, o mensageiro de três mundos”

A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro

Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó

Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo

Porque nunca ando só, porque nunca ando só

A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro

Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó

Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo

Porque nunca ando só, porque nunca ando só



Acenda tudo que for de acender


Deixa a fumaça entrar


Sobô nirê mafá, sobô nirê


Evoco, desperto nação coroada


Não temo o inimigo, galopo na estrada


A noite é abrigo


Transbordo a revolta dos mais oprimidos



Eu sou caboclo da Mata do Catucá


Eu sou pavor contra a tirania


Das matas, o Encantado


Cachimbo já foi facão amolado


Salve a raiz do Juremá

Ê juremeiro, curandeiro ó


Vinho da erva sagrada


Eu viro num gole só


Catiço sustenta o zeloso guardião


Trago a força da jurema


Não mexe comigo, não


Ê juremeiro, curandeiro, ó


Vinho da erva sagrada


Eu viro num gole só


Catiço sustenta o zeloso guardião


Trago a força da jurema


Não mexe comigo, não

Entre a vida e a morte, encantarias


Nas veredas da encruza, proteção

O estandarte da sorte é quem me guia


Alumia minha procissão


Do parlamento das tramas


Para os quilombos modernos


A quem do mal se proclama


Levo do céu pro inferno


Toca o alujá ligeiro, tem coco de gira pra ser invocado


Kaô, consagrado



Reis Malunguinho, encarnado


Pernambucano mensageiro bravio


O rei da mata que mata quem mata o Brasil


O rei da mata que mata quem mata o Brasil

A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro



Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó


Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo


Porque nunca ando só, porque nunca ando só


A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro


Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó


Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo


Porque nunca ando só, porque nunca ando só

Acenda tudo que for de acender




Deixa a fumaça entrar


Sobô nirê mafá, sobô nirê


Evoco, desperto nação coroada


Não temo o inimigo, galopo na estrada


A noite é abrigo


Transbordo a revolta dos mais oprimidos



Eu sou caboclo da Mata do Catucá


Eu sou pavor contra a tirania


Das matas, o Encantado


Cachimbo já foi facão amolado


Salve a raiz do Juremá



Ê juremeiro, curandeiro ó


Vinho da erva sagrada


Eu viro num gole só


Catiço sustenta o zeloso guardião


Trago a força da jurema


Não mexe comigo, não


Ê juremeiro, curandeiro, ó


Vinho da erva sagrada


Eu viro num gole só


Catiço sustenta o zeloso guardião


Trago a força da jurema


Não mexe comigo, não



Entre a vida e a morte, encantarias


Nas veredas da encruza, proteção


O estandarte da sorte é quem me guia


Alumia minha procissão


Do parlamento das tramas


Para os quilombos modernos


A quem do mal se proclama


Levo do céu pro inferno


Toca o alujá ligeiro, tem coco de gira pra ser invocado


Kaô, consagrado

Estação Primeira da Mangueira

A Mangueira irá trazer o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”.

Sou luanda e benguela

A dor que se rebela, morte e vida no oceano

Resistência quilombola dos pretos novos de angola

De cabinda, suburbano

Tronco forte em ribanceira, flor da terra de mangueira

Revel do santo cristo que condena

Mistério das kalungas ancestrais

Que o tempo revelou no cais

E fez do rio minha áfrica pequena

Ê, malungo, que bate tambor de congo

Faz macumba, dança jongo, ginga na capoeira

Ê, malungo, o samba estancou teu sangue

De verde e rosa renasce a nação de zambi

Bate folha pra benzer, pembelê, kaiango

Guia meu camutuê, mãe preta ensinou

Bate folha pra benzer, pembelê, kaiango

Sob a cruz do seu altar inquice incorporou

Forjado no arrepio da lei que me fez vadio

Liberto na senzala social

Malandro, arengueiro, marginal

Na gira, jogo de ronda e lundu

Onde a escola de vida é zungu, fui risco iminente

O alvo que a bala insiste em achar

Lamento informar… um sobrevivente

Meu som por você criticado

Sempre censurado pela burguesia

Tomou a cidade de assalto

E hoje no asfalto a moda é ser cria

Quer imitar meu riscado, descolorir o cabelo

Bater cabeça no meu terreiro

É de arerê, força de matamba

É dela o trono onde reina o samba

Sou a voz do gueto, dona das multidões

Matriarca das paixões, mangueira

O povo banto que floresce nas vielas

Orgulho de ser favela

Portela

Em 2025, a Portela escolheu homenagear Milton Nascimento no seu enredo: “Cantar Será Buscar o Caminho Que Vai Dar no Sol – Uma Homenagem a Milton Nascimento”. 

Manhã

Alvorada das nossas lembranças

Peito aberto, carrego esperança

Do altar de São Sebastião

Estou, onde a mãe do ouro me afaga

E fiel abraçado à Águia

Vou partir em procissão

Na fé, que faz do artista entidade

E sagrada as amizades

Ardem vozes, mil tambores

Nas mãos, girassóis na travessia

Minh'alma em cantoria

Vem a tarde, vão-se as dores

Nessa estrada, é sonho, é poeira

Passa o trem azul, sigo em paz

Feito Rio, só me leva

Pra Deus filho de Maria

Tantos mares em um cais

E as raízes se juntaram

Na esquina uniram a nação

Venceram as lutas que travavam

Pra ver Zumbi no céu da canção

Noite apaga o arrebol

Num milagre ser farol

E continuar

Quem acredita na vida

Não deixa de amar

Dorme a maldade após o temporal

Na bandeira a liberdade, vem Bituca triunfal

Cheguei com meu povo, mesmo sentimento

Onde Candeia é chama

Brilha Milton Nascimento

Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar

Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar

Anjo negro é o Sol que faz a Portela cantar

Anjo negro é o Sol na minha Portela

Bora assistir as escolas brilharem pela última vez em 2025!

Foto destaque: Rio Carnaval