Mais um carnaval está chegando ao fim! E, mais uma vez, as Escolas de Samba brilharam na Avenida e encantaram a todos com seus sambas e alegorias.
Mas, quem conseguiu ser sem defeitos e sair coroada campeã neste ano, foi a Beija-Flor, com o enredo “Laíla de Todos os Santos”, uma homenagem ao diretor de Carnaval Laila, que morreu em 2021.
Por isso, a escola desfila no sábado (08/03), no desfile das campeãs, junto com outras 6 escolas.
Confira quem são e os sambas enredo!
Classificação – Escolas de Samba do Grupo Especial
Depois de todas as notas, a classificação ficou assim:
1 – Beija Flor: 270 pontos
2 – Grande Rio: 269,9 pontos
3 – Imperatriz: 269,8 pontos
4 – Viradouro: 269,4 pontos
5 – Portela: 269,4 pontos
6 – Mangueira: 269,4 pontos
7 – Salgueiro: 269,2 pontos
8 – Vila Isabel: 269,1 pontos
9 – Unidos da Tijuca: 268,8 pontos
10 – Paraíso do Tuiuti: 268,7 pontos
11 – Mocidade: 267, 9 pontos
12 – Unidos de Padre Miguel: 266,8 pontos
Destas, as 6 primeiras desfilam novamente no sábado (08/03).
Beija-flor de Nilópolis
A Beija-flor de Nilópolis irá trazer o enredo “Laíla de Todos os Santos, Laíla de Todos os Sambas”.
Kaô meu velho!
Volta e me dá os caminhos
Conduz outra vez meu destino
Traz os ventos de Oyá
Agô meu mestre
Tua presença ainda está aqui
Mesmo sem ver, eu posso sentir
Faz Nilópolis cantar
Desce o morro de Oyó
Benedito e Catimbó
O alabá Doum
Traz o terço pra benzer
E a cigana puerê
Meu Exu
De copo no palco, sandália rasteira
No chão sagrado toda quinta-feira
O brado no tambor, feitiço
Brigou pela cor, catiço
Coragem na fala sem temer a queda
O dedo na cara, quem for contra reza
Vencer o seu verbo
Gênio do ouvido perfeito
A trança nos versos
Divino e humano em seu jeito
Queria paz mas era bom na guerra
Apitou em outras terras, viajou nas ilusões
Deu voz à favela e a tantas gerações
Eu vou seguir sem esquecer nossa jornada
Emocionada, a baixada em redenção
Chama João pra matar a saudade
Vem comandar sua comunidade
Óh Jakutá, o Cristo preto me fez quem eu sou
Receba toda gratidão Obá, dessa nação nagô
Da casa de Ogum, Xangô me guia
Da casa de Ogum, Xangô me guia
Dobram atabaques no quilombo Beija-Flor
Terreiro de Laíla meu griô
Acadêmicos do Grande Rio
O enredo de 2025 da escola Acadêmicos do Grande Rio é “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”.
Confira a letra do samba:
A Mina é cocoriô!
Feitiçaria parauara
A mesma lua da Turquia
Na travessia foi encantada
Maresia me guia sem medo
Pro banho de cheiro
Na “en-cruz-ilhada”, espuma do mar
Fez a flor do mururé desabrochar
Pororoca me leva… Pro fundo do igarapé
Se desvia da flecha, não se escancha em puraqué
Quem é de barro no igapó é Caruana
Boto assovia (oi) mãe d’agua dança!
Se a boiúna se agita… É banzeiro! Banzeiro!
Quatro contas, um cocar!
Salve a arara cantadeira!
Borboleta à espreita…
E a onça do Grão-Pará
Na curimba de babaçuê
Tem falange de ajuremados
A macaia codoense é macumba de outro lado
Venham ver as três princesas ‘baiando” no curimbó
É doutrina de santo rodando no meu carimbó!
E foi assim… Suas “espadas” têm as ervas da Jurema
Novos destinos no mesmo poema
E nos terreiros, perfume de patcholi
Acende a brasa do defumador
Pra um mestre batucar a sua fé
Noite de festa! Curió marajoara…
Protege Caxias nas águas de Nazaré!
É força de caboclo, vodun e orixá!
Meu povo faz a curva como faz na gira!
Chama Jarina, Herondina e Mariana
Grande Rio firma o samba no Tambor de Mina!
Imperatriz Leopoldinense
Para 2025, a escola Imperatriz Leopoldinense escolheu o enredo “Ómi Tútu ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”
Vai começar o itan de Oxalá
Segue o cortejo funfun pro senhor de Ifón, Babá
Orinxalá, destina seu caminhar
Ao reino do quarto Alafin de Oyó
Alá, majestoso em branco marfim
Consulta o ifá e assim
No odú, o presságio cruel
Negando a palavra do babalaô
Soberano em seu trono, o senhor
Vê o doce se tornar o fel
Ofereça pra Exú… um ebó pra proteger
Penitência de Exú, não se deixa arrefecer
Ele rompe o silêncio com a sua gargalhada
É cancela fechada, é o fardo de dever
Mas o dono do caminho não abranda
Foi vinho de palma, dendê e carvão
Sabão da costa pra lavar demanda
E a montaria te leva à prisão
O povo adoeceu, tristeza perdurou
Nos sete anos de solidão
Justiça maior é de meu pai Xangô
No dendezeiro, a justiça verdadeira
(Meu pai xangô mora no alto da pedreira)
Onde o banho de abô pra purificar
Desata o nó que ninguém pode amarrar
Transborda axé no ibá e na quartinha
Pra firmar tem acaçá, ebô e ladainha
Oní sáà wúre! Awure awure!
Quem governa esse terreiro ostenta seu adê
Ijexá ao pai de todos os oris
Rufam atabaques da Imperatriz
Viradouro
Em 2025, a Viradouro trouxe o enredo “Malunguinho, o mensageiro de três mundos”
A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro
Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó
Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo
Porque nunca ando só, porque nunca ando só
A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro
Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó
Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo
Porque nunca ando só, porque nunca ando só
Acenda tudo que for de acender
Deixa a fumaça entrar
Sobô nirê mafá, sobô nirê
Evoco, desperto nação coroada
Não temo o inimigo, galopo na estrada
A noite é abrigo
Transbordo a revolta dos mais oprimidos
Eu sou caboclo da Mata do Catucá
Eu sou pavor contra a tirania
Das matas, o Encantado
Cachimbo já foi facão amolado
Salve a raiz do Juremá
Ê juremeiro, curandeiro ó
Vinho da erva sagrada
Eu viro num gole só
Catiço sustenta o zeloso guardião
Trago a força da jurema
Não mexe comigo, não
Ê juremeiro, curandeiro, ó
Vinho da erva sagrada
Eu viro num gole só
Catiço sustenta o zeloso guardião
Trago a força da jurema
Não mexe comigo, não
Entre a vida e a morte, encantarias
Nas veredas da encruza, proteção
O estandarte da sorte é quem me guia
Alumia minha procissão
Do parlamento das tramas
Para os quilombos modernos
A quem do mal se proclama
Levo do céu pro inferno
Toca o alujá ligeiro, tem coco de gira pra ser invocado
Kaô, consagrado
Reis Malunguinho, encarnado
Pernambucano mensageiro bravio
O rei da mata que mata quem mata o Brasil
O rei da mata que mata quem mata o Brasil
A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro
Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó
Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo
Porque nunca ando só, porque nunca ando só
A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro
Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó
Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo
Porque nunca ando só, porque nunca ando só
Acenda tudo que for de acender
Deixa a fumaça entrar
Sobô nirê mafá, sobô nirê
Evoco, desperto nação coroada
Não temo o inimigo, galopo na estrada
A noite é abrigo
Transbordo a revolta dos mais oprimidos
Eu sou caboclo da Mata do Catucá
Eu sou pavor contra a tirania
Das matas, o Encantado
Cachimbo já foi facão amolado
Salve a raiz do Juremá
Ê juremeiro, curandeiro ó
Vinho da erva sagrada
Eu viro num gole só
Catiço sustenta o zeloso guardião
Trago a força da jurema
Não mexe comigo, não
Ê juremeiro, curandeiro, ó
Vinho da erva sagrada
Eu viro num gole só
Catiço sustenta o zeloso guardião
Trago a força da jurema
Não mexe comigo, não
Entre a vida e a morte, encantarias
Nas veredas da encruza, proteção
O estandarte da sorte é quem me guia
Alumia minha procissão
Do parlamento das tramas
Para os quilombos modernos
A quem do mal se proclama
Levo do céu pro inferno
Toca o alujá ligeiro, tem coco de gira pra ser invocado
Kaô, consagrado
Estação Primeira da Mangueira
A Mangueira irá trazer o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”.
Sou luanda e benguela
A dor que se rebela, morte e vida no oceano
Resistência quilombola dos pretos novos de angola
De cabinda, suburbano
Tronco forte em ribanceira, flor da terra de mangueira
Revel do santo cristo que condena
Mistério das kalungas ancestrais
Que o tempo revelou no cais
E fez do rio minha áfrica pequena
Ê, malungo, que bate tambor de congo
Faz macumba, dança jongo, ginga na capoeira
Ê, malungo, o samba estancou teu sangue
De verde e rosa renasce a nação de zambi
Bate folha pra benzer, pembelê, kaiango
Guia meu camutuê, mãe preta ensinou
Bate folha pra benzer, pembelê, kaiango
Sob a cruz do seu altar inquice incorporou
Forjado no arrepio da lei que me fez vadio
Liberto na senzala social
Malandro, arengueiro, marginal
Na gira, jogo de ronda e lundu
Onde a escola de vida é zungu, fui risco iminente
O alvo que a bala insiste em achar
Lamento informar… um sobrevivente
Meu som por você criticado
Sempre censurado pela burguesia
Tomou a cidade de assalto
E hoje no asfalto a moda é ser cria
Quer imitar meu riscado, descolorir o cabelo
Bater cabeça no meu terreiro
É de arerê, força de matamba
É dela o trono onde reina o samba
Sou a voz do gueto, dona das multidões
Matriarca das paixões, mangueira
O povo banto que floresce nas vielas
Orgulho de ser favela
Portela
Em 2025, a Portela escolheu homenagear Milton Nascimento no seu enredo: “Cantar Será Buscar o Caminho Que Vai Dar no Sol – Uma Homenagem a Milton Nascimento”.
Manhã
Alvorada das nossas lembranças
Peito aberto, carrego esperança
Do altar de São Sebastião
Estou, onde a mãe do ouro me afaga
E fiel abraçado à Águia
Vou partir em procissão
Na fé, que faz do artista entidade
E sagrada as amizades
Ardem vozes, mil tambores
Nas mãos, girassóis na travessia
Minh'alma em cantoria
Vem a tarde, vão-se as dores
Nessa estrada, é sonho, é poeira
Passa o trem azul, sigo em paz
Feito Rio, só me leva
Pra Deus filho de Maria
Tantos mares em um cais
E as raízes se juntaram
Na esquina uniram a nação
Venceram as lutas que travavam
Pra ver Zumbi no céu da canção
Noite apaga o arrebol
Num milagre ser farol
E continuar
Quem acredita na vida
Não deixa de amar
Dorme a maldade após o temporal
Na bandeira a liberdade, vem Bituca triunfal
Cheguei com meu povo, mesmo sentimento
Onde Candeia é chama
Brilha Milton Nascimento
Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar
Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar
Anjo negro é o Sol que faz a Portela cantar
Anjo negro é o Sol na minha Portela
Bora assistir as escolas brilharem pela última vez em 2025!
Foto destaque: Rio Carnaval